segunda-feira, 24 de junho de 2019

Butterflies - Capítulo 30




Quando estávamos próximos ao hotel em que Michael estava hospedado, ele me deu um casaco grande, preto e com capuz para que eu vestisse.

-Veste isso baby e coloca o capuz. Não tem paparazzi aqui, mas os funcionários do hotel sabem quem eu sou.

-Tudo bem.

-Karen, olha para mim… não estou escondendo você para me proteger. Para mim, pouco importa quem eles pensem que você é, desde que não possam te reconhecer. Não quero criar problemas para você aqui, um escândalo envolvendo seu nome. Isso é mais para te proteger. Você sabe o que os noticiários fariam com seu nome e sua reputação em uma situação como essa. 

-Não se preocupe baby. Isso não tem importância alguma para mim.

Assim que chegamos ao hotel, Michael desceu do carro primeiro e notei que um cartão havia caído do seu bolso. Devia ser o cartão de acesso ao quarto… Como ele estava com muita pressa para subir sem ser visto, guardei no meu bolso e subimos para o andar em que ele estava hospedado sem maiores problemas. Subimos só nós dois e achei estranho que não houvesse seguranças no corredor.

-Onde está todo mundo?

-Nos acessos ao andar baby. Aqui nesse corredor, somos só eu e você. Não quero ninguém nos ouvindo hoje… porque vamos fazer um pouco de barulho.

Enquanto falava comigo, percebi que ele procurava o cartão da porta no bolso. Ele estava com dificuldade em encontrá-lo. Resolvi dificultar um pouco mais as coisas para ele…

-Parecemos dois bandidos de capuz…

Ele ria enquanto procurava o cartão.

-Sim… dois bandidos prestes à arrombar uma porta. Me deixa achar essa porcaria de cartão baby. - Ele ria um pouco nervoso.

-Estou com esse casaco enorme e ninguém saberia onde suas mãos estão…

-Não me provoca…

-Quer ajuda para procurar o cartão?

Perguntei e comecei a passar minha mão por toda sua calça. Comecei a desabotoá-la, enquanto beijava seu pescoço.

Ele desistiu do cartão por um instante. Começou a me beijar, deslizando as mão por baixo da minha blusa. Sua calça já estava aberta e eu comecei a estimula-lo ali mesmo.

-Se eu não achar essa porcaria de cartão, vou fazer amor com você aqui mesmo.

-Você é um garoto mimado que não está acostumado a guardar a própria chave. Acho que teremos que chamar um de seus seguranças. - Eu disse rindo.

-Você está bem atrevida hoje, não acha? Não quero ninguém aqui além de nós dois. Esse cartão tem que estar aqui em algum lugar.

Enquanto ele procurava mais uma vez em seus bolsos, coloquei o cartão entre meus seios. Ele estava tão preocupado que nem percebeu meus movimentos.

-Procurou em todos os lugares em que você esteve hoje Michael? 
-Claro que sim…

Ele me disse enquanto erguia seu olhar para mim…

  -Menos aí…

Ele foi pegar o cartão e eu o impedi. 

-Não com as mãos. Não sem me dar uma recompensa por ter encontrado nosso precioso cartão da porta.

Ele me virou na parede ao lado do quarto e abriu minha calça, colocando suas mãos por entre minhas pernas enquanto beijava e sugava meus seios. Ele pegou o cartão com a boca…e com ele finalmente em suas mãos…

-Vou te dar todas as recompensas que você merece… Lá dentro. Não acredito que a chave estava com você o tempo todo. - Ele me disse rindo.

-Você deixou cair no carro. Desculpa … Não resisti.

-Vai ter volta “Long Legs” …

Quando abri meus olhos pela manhã não sabia que horas eram, mas o sol brilhava lá fora. Me virei e Michael me observava com um sorriso no rosto. E essa era sempre a primeira coisa que eu devolvia para ele. Ele tinha um sorriso tão meigo, atencioso e cheio de amor, que o sorriso saia de mim, de volta para ele, sem que eu ao menos percebesse.

-Bom dia Mike.

-Bom dia Baby. Estava te admirando…

-Eu percebi.

-Fiquei aqui pensando… você é uma daquelas pessoas…

-Que tipo de pessoa?

-Dizem que existe aquela pessoa que aparece na sua vida e que vai ter seu coração para sempre. E a gente nem percebe que se trata dessa pessoa quando ela surge, porque você já está cego de amor desde o começo. É assim que eu me sinto quando me lembro da primeira vez que eu pus meus olhos em você… E agora eu sei que sou capaz de cruzar o oceano para te achar, para te tocar.

-Ainda bem que você me achou mais uma vez, porque eu já não suportava mais tanta saudade. Você é dono dos meus desejos e dos meus pensamentos. Você me tem de um jeito que eu nunca imaginei que fosse possível… ainda que longe de mim.

-Você é minha…- Ele me disse rindo.

Naquele instante, não entendi muito bem seu riso de moleque na última frase, mas não quis questionar, já que ele foi me puxando para fora da cama em seguida.

-Vamos comer alguma coisa baby… já mandaram o café.

-Preciso ir ao banheiro, me vestir …Estou só de calcinha e sutiã…Quem toma café da manhã assim?

-Você não precisa de nada disso … vem …

Chegado na sala, a primeira coisa que vi foi a mesa de café e quando ergui meus olhos para o espelho eu não acreditei no que estava vendo. Eu não sabia se eu ria ou dava uns tapas nele. Ele tinha escrito no meu corpo com a caneta permanente que eu havia dado para ele em casa.

-Você escreveu na minha barriga enquanto eu dormia? “You Are Mine!”

Ele ria sentado na cadeira e não falava nada… apenas ria sem parar.

-Sou sua … mas precisava marcar à caneta? Permanente? Isso não vai sair fácil.

À essa altura eu ria com ele e sabia que era uma vingança pelo cartão do dia anterior.

-Esqueci de escrever uma coisa … Posso?

-Pode … já escreveu na minha barriga toda.

Ele parou de rir e olhou dentro dos meus olhos.

-Na barriga foi uma brincadeira Baby. O que vou escrever agora, eu espero que você nunca se esqueça, porque tem meus sentimentos em cada letra.

Ele pegou a caneta e escreveu “Love you” em cima do meu peito.

-Posso? - perguntei para ele, pedindo a caneta.

-Claro.

Eu escrevi no peito dele “Forever in My Heart”

-Também tem meus sentimentos em cada letra.

-Sei disso baby.

Devidamente rabiscados, tomamos café e fomos para o sofá. Ele me puxou para o seu colo e eu o beijei ajeitando seu cabelo.

-Você volta para casa que horas Mike?

-Só à noite baby … sobre aquilo que conversamos ontem… Queria te dizer algumas coisas.

-Claro baby, qualquer coisa.

-Nós não vivíamos juntos, não tínhamos nada assumido publicamente… Eu te procurava sempre que eu podia, mas sempre te pegava de surpresa… Mas eu te amo assim, você me faz feliz assim. Eu quero muito que você volte, mas às vezes me pergunto se você veio para Paris em razão da relação que tínhamos…

-Eu sinto que ainda temos tudo que sempre tivemos baby e eu amo cada segundo do que vivemos. Estamos juntos hoje, mais uma vez e nem sei ao certo, se em algum momento estivemos separados. Temos um ao outro quando estamos juntos. Eu não quero nada além do que você já me dá… porque é muito e significa muito para mim. Seu amor me basta. Sempre bastou e achei que você soubesse disso.

-Eu sentia que sim, mas precisava ouvir de você, para que eu pudesse te pedir mais uma vez para voltar… Agora eu sei que posso te pedir sem medo. Volta para perto de mim.

-Eu quero voltar, mas preciso que apareça uma oportunidade. Assim que isso acontecer eu volto. Só não sei te dizer quando, porque não depende de mim.

Ele fez uma pausa, me beijou, envolvendo meu rosto com suas mãos …

-Farei o que estiver ao meu alcance para que isso não demore para acontecer… E se demorar, eu volto para te ver. Agora sei onde você mora. - Ele me disse rindo.

-E eu vou abrir a porta para você de madrugada como sempre.

-Sou completamente louco por você… 

-Não vejo essa loucura toda desde ontem à noite e já estou com saudades.

Eu comecei a beijar sua boca, enquanto percorria seu corpo com minhas mãos. Sua pele era sempre quente e aquele calor que ele emanava do seu corpo, me envolvia inteira. 

Sentia sua boca percorrendo meu pescoço e suas mãos desabotoando meu sutiã e deslizando as alças pelos meus ombros.

-Deita baby, me deixa ver você…quero tocar cada centímetro do seu corpo.

Ele se virou sobre mim no sofá e colocou meus braços para cima.

-Deixe suas mãos onde estão. Fecha seus olhos e se entrega para mim.

Quando ele cobriu meu corpo com o dele, eu podia sentir que naquele instante ele era meu, por inteiro. Eu tinha seu corpo sobre mim e dentro de mim. Eu tinha seus pensamentos e sentimentos. Sentia todo amor que ele tinha por mim a cada vez que ele sussurrava meu nome no meu ouvido, cada vez que ele me dizia como sentia falta do gosto do meu corpo, a cada gemido.

Ele segurava minha nuca com uma de suas mãos e apertava pela lateral do meu quadril com a outra. Todo seu corpo estava apoiado sobre o meu e sentia seu suor se misturando ao meu. Eu amava o movimento dos seus quadris sobre mim. 

Ele aumentou seu ritmo e a força com que me penetrava, arrancando de mim gemidos altos. Eu sentia prazer em todo meu corpo. Eu queria tocá-lo.

-Me deixa tocar em você…

Ele se colocou a sua boca na minha orelha, me arrepiando inteira.

-Não. Escuta baby… Eu quero que você apenas se entregue, que sinta… Não quero que  você me distraia com seu toque. Deixa eu amar você. Quero ouvir cada suspiro, cada gemido. Quero sentir cada contração do seu corpo quando eu te toco.

-Eu te amo Mike

-Então se entrega inteira para mim agora.

E foi o que eu fiz. Fechei meus olhos e deixei que ele fizesse o que quisesse comigo. Podia sentir que sua única preocupação naquele momento era me dar prazer. Todo prazer que ele fosse capaz de me dar. Ele me enlouquecia quando fazia isso.

Ele me virava em todas as posições que eram possíveis naquele sofá, sem que eu o tocasse, o estimulasse com minhas mãos ou diretamente com meu corpo. Ele gemia alto e rouco enquanto me possuía com força. Eu sentia toda pressão do seu corpo contra o meu e ouvia os ruídos do encontro dos nossos corpos. Eu já não controlava os meus gemidos, quando ele me puxou para o carpete e me colocou de quatro no chão.

Ele sabia como me enlouquecer nessa posição e não foi diferente dessa vez. Michael me penetrou lentamente e eu mal podia sentir o toque dos seus dedos em torno do meu corpo. Uma vez dentro de mim ele começou a movimentar seus quadris rápido, porém sem força alguma, variando o ritmo em que me estimulava, de um jeito que a única coisa que meu corpo sentia era sua penetração em mim, sem mais nada para distrair os meus sentidos. 

Eu sentia meu corpo estremecendo, quando ele me agarrou pelos quadris e veio rápido e com força, arrancando de mim um orgasmo longo e intenso. Dessa vez, gozamos juntos.

Ele se deitou no carpete e eu me apoiei sobre ele, arrumando seu cabelo suado e ele acariciando meus ombros.

-Eu podia passar o tempo que fosse trancada nesse quarto com você… Acho que nunca teria o bastante.

-Queria ter mais tempo aqui com você… Sabe baby, antes de decidir vir para cá, passei noites seguidas pensando em como eu faria se pudesse tocar você mais uma vez… Já estava ficando louco de vontade… eu podia sentir o cheiro do seu cabelo no meu rosto…podia sentir seus beijos pelo meu corpo… era quase real.

-Não é diferente comigo. Eu penso em estar com você, em tirar sua roupa, sentir sua respiração no meu pescoço… esse calor do seu corpo, todos os dias.

Eu o beijei e ele me envolveu em seu beijo e em seus braços. O tempo parou, eu podia beijá-lo a noite toda.

-Está anoitecendo baby. Preciso tomar um banho e organizar as coisas.

-Quer que eu prepare o banho enquanto você arruma suas coisas?

-Quero. Obrigado baby.

-Se precisar de ajuda com alguma coisa me chama.

Fui até o banheiro e liguei as torneiras para que enchessem a banheira. Aproveitei o tempo para recolher minhas coisas que estavam espalhadas pelo quarto. Quando a banheira encheu fui chamá-lo.

-Você não vai entrar comigo?

-Vou Mike. Pode ir primeiro. Vou em seguida. Só vou terminar de arrumar minhas coisas.

-Tá bom. Te espero.

Quando voltei ao banheiro ele estava descansando ali na banheira, de olhos fechados, lindo, perfeito… eu amava tudo nele. Fiquei na porta alguns instantes registrando aquele momento em que o vi sereno, sem preocupações… Em seguida apaguei a luz. 

O banheiro da suite era interno e não possuía janelas, então o ambiente ficou quase que totalmente escuro, não fosse a claridade vinda da iluminação leve do quarto.

Quando eu me aproximei ele abriu os olhos.

-Você apagou a luz … Não dá para ver quase nada! Vamos tomar banho no escuro?

-Não … Vou fazer amor com você no escuro.

Entrei na banheira e me sentei sobre ele. Acompanhava o contorno do seu rosto com meus dedos, descendo pelo seu pescoço e pelo seu peito enquanto o beijava. Sentia suas mãos deslizarem pelas minhas pernas, subindo pelas minhas costas. Quando ele agarrou minha nuca com força eu sabia que ele me queria. 

Me encaixei sobre ele e escutei seus sussurros.

-Hummmm … adoro sentir você em cima de mim.

-Quero suas mãos no meu corpo.

Eu acelerei meus movimentos sobre ele e podia sentir suas mãos em todas as partes do meu corpo, me pressionando com força. Ele puxou meu cabelo para trás, me forçando uma pausa no que eu estava fazendo e começou a deslizar sua língua pelo meu pescoço e pelo meu peito. 

Ele começou a beijar e sugar meus seios, me fazendo estremecer por dentro. Assim que ele me soltou eu retomei o que fazia e podia senti-lo inteiro dentro de mim. Ele já estava gemendo alto, ofegante e sentia suas pernas se contraindo.

-Vem Mike, eu quero gozar com a sua boca.

Aquilo foi quase que instantâneo, ele teve um orgasmo quase que no mesmo momento em que eu terminei de falar. 

Ele me colocou na borda externa da banheira e foi afastando minhas pernas lentamente com suas mãos. Seus olhos estavam em mim e o jeito que ele me olhava me fazia deseja-lo ainda mais.

Ele deslizou sua língua entre as minhas pernas lentamente e sucessivamente, eu me contorcia a cada toque e ele segurava firme minhas coxas para que eu ficasse na posição que ele queria. Repentinamente senti seus lábios e sua língua me sugando. Michael fazia aquilo com um perfeição, que me levava ao orgasmo em poucos minutos. Meu corpo tremia por inteiro enquanto eu gozava.

-Vem para cá baby. Vai ficar com frio aí.

Eu voltei para a banheira e me reclinei sobre ele. Michael me abraçou e ficamos ali aproveitando a presença um do outro em silencio por alguns instantes.

-Vamos nos arrumar baby? Quero te levar para casa.

-Vamos Mike. Mas posso pegar um táxi… não quero que se atrase por minha causa.

-De jeito nenhum. Vou te levar em casa. Quero ficar com você o máximo que eu puder.

-Adorei… Não vou desgrudar de você então.

Nos arrumamos, coloquei o casaco com capuz e ele também. Organizamos tudo para sairmos e depois do “OK" dos seguranças dele descemos até a garagem no subsolo do hotel para entrarmos no carro.

Fomos em um carro com Chris e os seguranças em um outro carro atrás. Conversamos muito no caminho sobre a vida dele nos EUA e a minha em Paris, sobre minha possível volta e uma possível nova visita dele.

-Eu ainda passo na frente da sua casa em LA… todas as semanas. Às vezes penso que se eu bater na porta, vou ver você abrir…

-Pretendo estar lá para abrir… Mas enquanto isso não acontece… você agora sabe onde estou, em qual porta bater com a certeza de me encontrar.

-Fiquei feliz em saber que você quer voltar para casa. Aliviado em saber que seus sentimentos não mudaram, porque não deixei de pensar em você um só dia.

-Eu queria voltar antes mesmo de partir baby. Acredite em mim… estou esperando uma oportunidade para voltar. Eu também estou aliviada em saber que não perdi seu amor, que agora você pode me encontrar quando puder.

-Não tenha dúvidas de que eu vou te procurar caso você demore. Só a certeza de que você ainda é minha, valeu todo meu esforço para vir para cá.

Quando estávamos na rua da minha casa os seguranças estacionaram na esquina e Chris seguiu para minha casa.

-Chegamos Mike. Obrigada por me trazer em casa. Espero poder te ver logo.

-Vai ver baby. Te amo muito.

-Eu também te amo. Você está para sempre no meu coração. Boa viagem e me liga quando chegar.

-Claro que ligo. Se cuida. Te espero em casa.

Nos beijamos e desci do carro. Esperei que seu carro se afastasse e vi minha caixa de correio. Michael havia escrito nela na noite anterior.

“Baby, you will always give me butterflies inside.
I love you from the bottom of my heart…  and I miss you every single day
See you soon.
With love…Yours…”

Naquele instante tive a certeza de que quando voltasse para os EUA, teria que levar aquela caixa de correio comigo.

Entrei em casa, coloquei um pijama e fui me deitar. Eu estava tão completamente feliz por tê-lo visto mais uma vez, por ter a certeza de que ele ainda me amava e me desejava como antes que quase não podia pensar em mais nada.

Eu tinha a certeza de que voltaria para os EUA na primeira oportunidade que eu tivesse e que ainda que isso não acontecesse tão rapidamente quanto eu gostaria, sabia que ele poderia bater na minha porta sem aviso. Foi assim desde o começo e eu não queria que nada mudasse,  a não ser a da distância que agora nos separava.

Nosso amor era assim… livre, sem cobranças, sem pressão, sem compromisso. Mas era intenso, profundo, verdadeiro, sincero, inesquecível e eterno, assim como Michael… o ser humano mais incrível, inteligente, perspicaz, cheio de amor e intenso que já tive o prazer de conhecer. 

quinta-feira, 20 de junho de 2019

Butterflies - Capítulo 29



       Depois que saímos do banheiro, eu e Michael nos separamos, nos misturamos aos convidados mais uma vez e fomos para nossas mesas jantar. Me sentei ao lado de Suzan, uma outra colega de trabalho, que eu gostava muito.

-Karen, você já percebeu né?

-O que Suzan?

-O Charles não tira os olhos de você.

-Percebi que ele é bem atrevido. - Respondi rindo.

-Ele é lindo Karen. Eu não pensava duas vezes.

-Vai lá ….

-Como? Ele só olha para você … -Ela me disse rindo.

-Não estou interessada Suzan. Sinta-se à vontade para atacar. 

-Olha que eu vou hein… Você está namorando?

-Gosto de outra pessoa. Mas não estou namorando.

-Eu entendo. Uma pena… porque ele é gostoso demais.

Continuei rindo com a Suzan e da sua tara no Charles até o final do serviço de jantar, quando Dr. Muller se aproximou de mim.

-Karen… Está gostando do jantar?

-Claro Dr. Muller. Uma festa lindíssima. Parabéns ao senhor e sua esposa. Muito bom gosto.

-Muito obrigado. Fique à vontade agora e divirta-se na festa. Não está mais à trabalho por hoje. Na sala principal tem um bar, improvisamos uma pista de dança… Vá lá, sirva-se e se divirta um pouco.

-Muito obrigada Dr. Muller. Farei isso.

Achei que seria uma boa idéia beber alguma coisa e observar as pessoas. Fui até o bar e pedi uma taça de Champagne. Me virei de costas para o bar e passei a observar os músicos. Eu admirava quem tinha esse dom tão lindo para música.

-Eis que encontro a mulher mais atraente da festa mais uma vez.

Era Charles de novo. Ele se aproximou deslizando a mão pelas minhas pernas, me envolvendo pela cintura e me levantando do banco em que eu estava.

-Essa taça já está pela metade, fica com essa…

Ele trocou a taça que estava na minha mão sem que eu tivesse tempo para recusar ou aceitar.

-Você é bem decidido, não?

-Não consigo parar de olhar para você.

Ele me puxou para dançar e deslizando suas mãos pelas minhas costas, começou a falar no meu ouvido.

-Posso te levar para casa hoje?

-Não Charles. Muito Obrigada.

Eu estava tentando me afastar do Charles quando ouvi a voz de Michael atrás de mim.

-Com licença…Dança comigo Karen… Adoro essa música.

Michael segurou na minha mão e me puxou para ele. Charles não tinha muito o que argumentar com o convidado de honra da casa e se afastou. 

-Esse cara está me dando trabalho hoje, hein? - Ele falou baixo no meu ouvido rindo.

-Não sei o que deu nele …

-Eu sei bem o que ele tem… Sofro da mesma coisa.- Ele me disse rindo.

Eu cheguei próximo do seu ouvido.

-Ele não me interessa. Sou sua.

-Pena ele não saber disso.

-Quer dizer que gosta de Overjoyed do Stevie Wonder, Mike?

-Você não? “For did my dreams… come true when I looked at you” …“Over love … over me"

-Queria poder te beijar aqui.

-Pensamos juntos. Saia da festa 1:00 em ponto …Adivinha quem eu trouxe comigo?

-Chris?

-Sim … Entra no carro que ele te indicar. Ele está lá fora. Vou embora logo e quero levar você para casa. Vou demorar meia hora para sair depois de você.

-Combinado.

-Vejo você mais tarde.
Pouco depois da música terminar nos separamos mais uma vez. A gente não podia chamar atenção ali. Haviam muitos colegas de trabalho e todos os olhos estavam em Michael. Fui para o bar mais uma vez. Desta vez Suzan estava por lá.

-Michael Jackson gostou de dançar com você amiga… - Ela me disse rindo.

-Parece que sim. Nos conhecemos já faz bastante tempo. É umas das pessoas mais incríveis que já tive o prazer de conhecer.

-Verdade Karen. Todos dizem isso dele, que tem um coração de ouro.

-Sem dúvida.

-E é uma perfeição de homem.

-Tenho que te dar razão mais uma vez. É um homem perfeitamente lindo - Disse rindo.

-Posso ser indiscreta?

  -Já está sendo amiga …

-O que ele tanto falava e ria com você? É que é o Michael Jackson né amiga…

-Acho que ele quis me tirar de uma situação desconfortável com Charles. Nos conhecemos há bastante tempo e acho que ele percebeu que Charles estava me incomodando. Só foi cavalheiro. Falou da música Suzan… que adora Stevie Wonder. Só isso.

-E o Charles, Karen?

-Sexy … mas não tenho interesse nele.

-E Michael Jackson?

-Se ele desse bola para mim… Não pensaria duas vezes Suzan. - Disse rindo, arrancando gargalhadas da Suzan.

Já estava próximo da 1:00 a.m. e comecei a me despedir dos colegas, do meu chefe e de Michael, que estava ao seu lado. Pontualmente 1:00 a.m. eu estava na porta e avistei Chris. Não falamos nada. Chris abriu a porta do carro com vidros totalmente escuros, eu entrei e aguardei. Pontualmente meia hora depois, notei que os seguranças já tinham isolado a saída e o acesso para o carro e Michael entrou.

-Não se preocupe Baby, ninguém chegou perto do carro, ninguém te viu. 

Michael percebeu minha preocupação em ser vista dentro do seu carro na saída da festa. Afinal, lá estava eu, em meu ambiente de trabalho, fazendo sexo com ele… mais uma vez.

-Tudo bem. Me desculpe. Sempre fico tensa quando estou em ambiente de trabalho.

-Eu também fico. - Ele disse rindo. - Preciso do seu endereço… 

-Claro …

Passei o meu endereço para o Chris, que iniciou o trajeto até lá.

Michael me beijou. Ele deslizava as mãos pelo meu rosto e pelo meu cabelo enquanto eu percorria seu pescoço com as minhas. 

-Senti tanto sua falta Baby …

-Você fica em Paris por quanto tempo, baby?

-Vou embora depois de amanhã. Foi uma loucura vir assim. Mas eu precisava te ver. 

-Você veio até aqui para me ver? E os contratos?

-Não tem contrato nenhum baby. Tudo que eu vim fazer aqui está bem aqui na minha frente. Eu tinha que ver você.

Eu me aproximei do seu ouvido para dizer o que eu sentia, eu não iria deixar mais passar, já tinha me arrependido disso antes.

-Mike… Eu te amo tanto… Senti tanto sua falta… Como se tivesse deixado um pedaço de mim para trás. Sempre falta alguma coisa na minha vida… Falta você.

-Eu deixei você escapar. Mas eu te amo do fundo do meu coração. Por isso estou aqui…Porque a falta que sinto de você dói… E eu já não suportava mais.

-Estamos chegando.

-Qual é sua casa?

-Aquela branca… com uma borboleta desenhada na caixa de correio.

Chris parou o carro na porta da minha casa. E Michael ficou tentando enxergar o desenho através do vidro escuro do carro.

-Essa borboleta já estava aí?

-Não … Você não vai conseguir vê-la direito à noite. Eu pedi para um desenhista copiar uma borboleta especial nela. Quem sabe ela não me traria sorte e eu receberia uma carta. Recebi mais que isso.

-Você ainda tem aquele desenho?

-Nunca me separei dele Mike.

-Amo essas coisas em você… Baby. Vou entrar em contato com você amanhã. Quero tentar te ver. Não sei como ainda. Mas farei o possível.

-Sei disso Baby …

Nos despedimos e entrei em casa. Eu estava tão feliz em vê-lo mais uma vez que nem me preocupei com o dia seguinte.

Acordei tarde na sexta-feira e demorei um pouco para acreditar que tudo que havia acontecido na noite anterior era real. Era quase um sonho ver Michael depois de meses longe dele e sem a menor expectativa de senti-lo tão próximo de mim mais uma vez. Eu realmente senti que o havia perdido assim que meu avião decolou com destino à França.

Ele não me ligava com muita freqüência e eu sabia suas razões. Depois de tantos escândalos envolvendo seu nome nos últimos anos e a suspeita de grampo em seus telefones, a última coisa que ele precisava eram boatos de um caso comigo.

Mas, por mais que eu compreendesse suas razões, meu coração sentia sua falta, todos os dias. Eu não fui capaz de esquecê-lo, mesmo não o vendo mais, mesmo não falando mais com ele como antes. Michael estava em mim e não havia nada que eu pudesse fazer a respeito.

Eu queria muito vê-lo mais uma vez antes que ele retornasse para casa, mas não tinha certeza de nada e não adiantaria ficar pensando nisso o dia todo.

Deixando um pouco de lado todos aqueles pensamentos e sentimentos, me levantei, tomei um banho e fui tomar café.

Aproveitei o dia livre para trabalhar em casa, cuidar de alguns contratos que precisavam de atenção especial. Eu adorava trabalhar no silêncio da minha casa, só de camiseta e chinelo. 

Já no final da tarde, quando quase anoitecia, resolvi assistir à um filme na companhia de queijo e vinho, era meu passatempo favorito aos finais de semana. Quando meu telefone tocou.

-Karen?

-Oi Andrea… Eu estava pensando em você nesse minuto. Sempre que abro um vinho e vou assistir filme… a primeira pessoa que me vem à cabeça é você. Estou sentindo tanto sua falta amiga.

-Eu também Karen. Está tudo bem com você amiga?

-Está sim. Por que?

-Desde ontem tenho pensado tanto em você. Resolvi te ligar para ter notícias…

-Andrea…Michael está aqui em Paris.

-Mentira?????? Como assim? Eu sabia que estava acontecendo alguma coisa com você.

-Eu também não sei como. Ele simplesmente apareceu. 

-Você saiu com ele? 
-Quase isso. Ele deu um jeito de me achar.

-Quando foi isso amiga?

-A noite passada. Eu estava louca de saudades dele Andrea.
-Vai vê-lo de novo?

-Não sei amiga. De verdade … não sei. Espero que sim. 

-Queria tanto que isso desse certo para você amiga. Vocês se gostam tanto…

-Nossas vidas se afastaram… Fui obrigada a aceitar isso… Mas sim, eu queria poder estar com ele. Enfim … E você como está?

Continuamos nossa conversa por mais alguns minutos e depois voltei para debaixo das cobertas e para meu filme. 

Já passava das 11:00 p.m. e alguém bateu na porta de casa. Meu coração disparou. Pensei que fosse Chris me trazendo notícias do Michael. Quando abri a porta, para minha surpresa não era Chris, era Michael. Ele estava todo coberto, com um moletom vermelho, capuz e óculos … mas eu sentia seu perfume, sabia que era ele antes mesmo que ele erguesse seu olhar para mim.

-Entra baby… Nunca imaginei que você viria até aqui. Veio com Chris?

-Sim. Ele foi dar uma volta. Temos uma hora e quero aproveitar cada segundo dela, começando agora.

Michael me pegou pela cintura, me beijando com tanta vontade que eu não sabia mais onde estava pisando ou para onde ele estava me levando dentro da minha própria casa. Ele roubava todos os meus sentidos quando me beijava e me tocava, de uma forma que tudo ao redor desaparecia.

Eu estava só com uma camisa de botões e calcinha. Suas mãos agarravam meus glúteos, eu podia senti-lo rígido entre minhas pernas e ele não parava de me beijar. Sentia sua respiração ofegante no meu rosto.

Eu tinha pressa e ele também, era uma urgência inexplicável em arrancar toda roupa que nos impedia de sentir o corpo um do outro. Eu tirei sua blusa de moletom e sua camiseta, deixando-o apenas com seu jeans, quando ele me empurrou para o sofá e se ajoelhou em torno do meu corpo, desabotoando  minha camisa.

-Baby… você é tãooo linda. Eu adoro tirar sua roupa. Imaginei que estava fazendo isso tantas vezes durante esses meses… e aqui está você mais uma vez…minha. Esse olhar de desejo com que olha para mim… Me enlouquece.

Durante aquela breve pausa, eu estendi minha mão para mesa e busquei minha taça de vinho e a entreguei para ele. Enquanto ele bebia, pedi à ele que fizesse comigo o que só ele sabia como fazer.

-Mike…

-Qualquer coisa Baby…

-Quero sua boca no meu corpo inteiro.

-Faria isso, mesmo que não tivesse pedido.

-Senti falta da sua boca…

-Não precisa sentir mais…

Ele começou pela minha boca, sentia sua língua na minha e sua respiração no meu rosto, descendo pelo meu pescoço. Ele deslizou sua língua pelo meu ombro e beijava meus seios enquanto sentia seus dedos pressionado minhas costelas.

Michael foi distribuindo beijos molhados pela minha barriga, quando senti sua boca tocando entre as minhas pernas e seu dedo me estimulando por dentro. Ele me sugava e me massageava rapidamente com sua língua, me enlouquecendo, mas quando eu quase chegava ao orgasmo ele diminua o ritmo, deixando aquela sensação de prazer que eu sentia, muito mais intensa. Ele repetiu aquilo mais algumas vezes, eu estava tão excitada que pedi para que ele me deixasse gozar.

-Michael…

-Shhhhh …. Ainda não. Levanta baby. Se ajoelhe no sofá, de costas para mim, apoie seus braços no encosto. 

Fiz o que ele pediu e senti sua língua percorrendo minhas costas. Ouvi o zíper do seu jeans, seus dedos pressionando a lateral do meu corpo e sua outra mão deslizando para entre minhas pernas. Ele começou a me estimular com seus dedos mais uma vez. Eu estava no limite.

-Não me deixe gozar com seus dedos. 

-Como você quer?

E antes que eu respondesse, o senti deslizando para dentro de mim. Ele gemeu alto enquanto segurava firme meus quadris. Ao mesmo tempo em que ele me penetrava, sua mão percorria  minhas costas, me pressionando para baixo. 

Ele se movimentava dentro de mim de um jeito e com ritmo… me estimulando tão intensamente, que sentia tremores percorrendo todo meu corpo. Quando meu orgasmo veio, ele gozou logo em seguida.

Assim que me virei, ele me beijou e começou a recolher suas roupas e se vestir. Achei aquilo estranho e não hesitei em questionar aquela pressa toda.

-O que aconteceu Mike? Você vai embora assim? Agora? 

- Aconteceu você na minha vida. Sim, vou embora agora.

Eu fiquei paralisada sem entender nada do que estava acontecendo ali. Em um segundo mil coisas vieram na minha cabeça. O que poderia ter acontecido para que ele quisesse sair correndo dali daquele jeito… foi quando ele começou a rir da minha cara como de costume.

-Eu vou e você vai comigo. Se veste, pega uma roupa para levar e vamos.

-Como assim? 

-Perdeu o costume baby? Vai, pega uma roupa, se veste logo e vamos.

Eu não pensei, só fiz o que ele pediu e quando estávamos na porta para sair ele me fez outro pedido.

-Tem uma caneta permanente?

-Tenho, vou pegar.

Nem perguntei para que seria, porque sabia que ele não me responderia. Peguei a caneta e entreguei para ele. Michael colocou no bolso e saímos. Chris já estava na porta e eu entrei primeiro no carro.

-Eu já venho Baby.

Michael foi até minha caixa de correio e escreveu alguma coisa lá, ao lado da borboleta, que obviamente não era para eu ler naquele momento. Depois disso, ele entrou no carro e seguimos para o Hotel em que ele estava hospedado.


Butterflies - Capítulo 30

Quando estávamos próximos ao hotel em que Michael estava hospedado, ele me deu um casaco grande, preto e com capuz para que eu ves...