No dia seguinte, de volta ao trabalho, resolvi tentar esquecer o ocorrido e me concentrar no trabalho. Ainda eram 8:00 a.m. e eu estava cheia de coisas para resolver. Enquanto ainda me organizava, a secretária do escritório me ligou.
-Dra. Karen, será que eu poderia ir até sua sala? Preciso conversar sobre um telefonema que recebi pouco antes da sua chegada.
- Claro.
Pouco depois, Samantha chegou em minha sala nervosa.
-Dra. Karen, Mr. Jackson ligou hoje cedo.
-Ok. Os assuntos do Mr. Jackson são tratados pelo Dr. Taylor. Você anotou o recado? Era urgente?
-Isso que achei estranho Dra., ele me perguntou quando o Dr. Taylor NÃO estaria aqui, pois ele precisava entregar alguns documentos.
-Como assim?
-Também não entendi. Mas respondi à ele que o Dr. Taylor só estaria no escritório hoje até às 12:30 p.m. Depois ele me perguntou se a Dra. estaria aqui.
-E você respondeu o que?
-Que sim, o que deveria responder? Ele quer marcar um horário com a Dra.. Informei que estaria verificando a disponibilidade de agenda e retornaria a ligação.
-Tudo bem Samantha, obrigada por avisar, vou conversar com Dr. Taylor. Ele já chegou?
-Chegou sim.
Meu dia já havia começado bem. Esse homem apareceu no escritório ontem e menos de 24 horas depois já está causando confusão em minha vida, como se não bastassem as confusões que ele causa na vida dele mesmo.
Liguei para Dr. Taylor e perguntei se poderia conversar com ele. Durante nossa conversa, poupei o detalhe da pergunta feita por Michael a respeito do horário em que ele estaria ausente do escritório, mas informei que o Mr. Jackson gostaria de entregar documentos em mãos no escritório ainda hoje.
-Ok Dra. Karen, não se preocupe. Michael gostou de você. Ficou feliz com a substituição que fiz. Ele me disse que apesar de jovem, você tem olhos atentos e é discreta. Peça para que Samantha retorne para ele e agende um horário com você.
Aquela situação me deixava desconfortável. Michael tinha um efeito inebriante em mim e me preocupava ter que encará-lo novamente. Mas cumprindo ordens, repassei o recado para Samantha.
Logo após o almoço, Samantha veio até minha sala novamente.
-Mr. Jackson agendou para às 7:00 p.m. e perguntou se a Dra. poderia esperar caso haja algum atraso, disse que virá direto de um outro compromisso para o escritório e pode ser que ele se atrase um pouco.
O dia passou, colegas foram embora e eu permaneci ali, esperando a chegada de Michael, organizando papéis e compromissos para o próximo dia.
Por volta das 7:30 p.m. o interfone tocou, atendi pois estava sozinha, era Michael.
Quando abri a porta, ele estava sorrindo e eu sorri de volta, não para agradá-lo, mas porque ele era realmente algo lindo de se ver.
- Boa noite, Dra. Karen. Me perdoe pelo atraso, fiz o que pude para chegar o quanto antes. Me desculpe deixá-la esperando.
-Boa noite Mr. Jackson. Não se desculpe. Aproveitei o tempo para organizar minha agenda de amanhã.
Pedi para que ele entrasse.
- Depois de você.
Michael tinha um tipo de cavalheirismo muito pontual, deixando a situação favorável à ele mesmo.
Voltando para dentro do escritório e escutei sua voz quase que em um sussurro:
-Adoro o andar das mulheres de pernas longas e bem desenhadas.
Olhei para trás para me certificar de que realmente havia ouvido aquilo. Meu olhar fez Michael baixar a cabeça e sorrir de novo.
- Só pensei alto - ele disse rindo.
-Costuma pensar alto com freqüência Mr. Jackson?
-Na verdade não. Foi mais forte do que eu - respondeu corado e sorrindo.
Fomos para minha sala, já que não era uma reunião formal, apenas uma entrega de documentos e alguns esclarecimentos.
-Bem Mr. Jackson, você disse para Samantha que tinha documentos para entregar. O que você trouxe para mim?
-Não precisa me chamar de Mr. Jackson, pode me chamar de Michael, eu prefiro.
-Tudo bem Michael … então, o que você tem para mim?
Michael fez uma longa pausa, respirando profundamente. Aquele silêncio me assustou um pouco. Seus olhos passeavam pelo meu corpo e isso me deixava excitada, porém constrangida.
-Você quer saber o que tenho para você … ele sorriu movimentado do língua na parte interna de sua boca e não pude deixar de perceber certa malícia no seu sorriso.
-Trouxe alguns documentos que eu gostaria que vocês analisassem, não estão relacionados ao caso do meu filho.
-Claro, me deixe dar uma olhada …
-Posso me sentar ao seu lado Karen?
A mesa era grande, como todas as mesas do escritório, justamente para que haja uma distância confortável para o diálogo e para que os clientes se sentissem mais à vontade, mas parecia que Michael pensava diferente. Afastando minha cadeira para o lado esquerdo da mesa, dei espaço para que ele acomodasse sua cadeira ao lado da minha.
-Sim claro, quer conversar sobre algum documento específico?
Assim que ele se sentou ao meu lado e pegou o primeiro bloco de papéis com a mão direta, senti a mão esquerda de Michael tocar a parte interna do meu joelho. Ele tocou, olhou para mim e sorriu. Era um sorriso de menino levado, questionando se não fez nada de errado. E realmente não tinha feito. Aquela mão quente na minha perna me arrancou um suspiro e perdi a fala. Notando minha reação Michael retomou
-Eu gostaria de conversar muitas coisas com você Karen, mas você me desconcentra. Eu não vim até aqui pelos papéis e queria acreditar que você não me esperou por eles hoje.
-Você me também desconcentra e muito - respondi desviando meu olhar. Essa pressa em entregar documentos hoje sem falta … me deixou intrigada.
Aquela conversa estava tomando um rumo perigoso e eu não sabia que não devia, que era perigoso. Não podia sentir aquilo por um cliente. E enquanto me fazia perguntas, sua mão ficava mais atrevida e ele a pressionava em minha perna, a deslizava para o meio das minhas coxas enquanto seus olhos exploravam pelo meu corpo. Eu estava úmida e desconcertada com a situação.
-Eu também levo meu trabalho a sério, mas em algumas situações de trabalho Karen, conhecemos pessoas interessantes e eu não pude deixar você passar. Eu não tinha pressa em entregar documentos. Eu tinha pressa em ver você de novo. Eu gostaria muito de te conhecer.
Eu não pude conter o riso com o comentário dele e retruquei
-Você não me conhece Michael, mas eu conheço você … curioso, não?
Michael girou minha cadeira rapidamente para que eu ficasse frente à ele, afastando suas pernas e me puxando para perto dele, me respondeu olhando nos meus olhos
-Sim … não é justo concorda? Você sabe de mim e eu não sei nada de você … mas te desejo desde o momento em que te vi e eu não podia esperar mais nenhum minuto …
Nesse momento Michael me beijou suavemente, buscando permissão para continuar e quando seus lábios tocaram os meus, senti novamente toda aquela onda de choque que havia sentido no dia anterior. Michael era um homem experiente de 43 anos e eu uma moça de 25. Ele sabia o efeito que seu toque havia causado em mim desde a primeira vez.
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